Israel intensifica bombardeios em Gaza e deixa 70 mortos; VÍDEO
14/05/2025
(Foto: Reprodução) Mais de 20 crianças estão entre mortos, segundo Ministério da Saúde local. Ataques ocorrem em meio a ameças de Netanyahu de expandir ofensiva contra Hamas. Palestino registra explosões e colunas de fumaça na Faixa de Gaza
Israel intensificou os bombardeios na Faixa de Gaza nas últimas horas e matou ao menos 70 pessoas, entre elas 22 crianças, entre terça e quarta-feira (14), segundo autoridades locais de saúde.
São 70 mortes e dezenas de feridos desde o início de quarta-feira, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas. O balanço da pasta disse que ainda há várias vítimas sob os escombros e nas ruas, que ainda serão socorridas por equipes de resgate e defesa civil.
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Médicos locais afirmaram que a maioria das vítimas desta quarta-feira, incluindo mulheres e crianças, morreu em decorrência de uma série de ataques aéreos israelenses que atingiram várias casas na região de Jabalia, no norte de Gaza.
A escalada dos ataques ocorre em meio a falas do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de que seu Exército "completarão a ofensiva" contra o Hamas com "força total", e durante a viagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo Oriente Médio. (Leia mais abaixo)
Os ataques também ocorrem dias após a libertação de Edan Alexander, refém americano-israelense que estava sob o poder do Hamas desde outubro de 2023 em Gaza.
O Exército israelense não se pronunciou sobre os bombardeios desta quarta-feira desde a última atualização desta reportagem.
Outro ataque aéreo de Israel na terça-feira, ao Hospital Europeu em Khan Younis, no sul do território palestino, matou ao menos 16 pessoas e deixou mais de 70 feridos. Explosões foram ouvidas novamente no local nesta quarta. O Exército israelense afirmou que esse ataque tinha como alvo um "centro de comando do Hamas" funciona abaixo do local. O grupo terrorista negou.
Palestinos procuram vítimas após bombardeio israelense em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, em 14 de maio de 2025.
REUTERS/Mahmoud Issa
Israel 'irá até o fim', diz Netanyahu
Benjamin Netanyahu falando por telefone com Edan Alexander
Reprodução / X
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que não irá recuar de sua ofensiva na Faixa de Gaza nesta terça-feira (13).
Em um comunicado divulgado no Telegram, o premiê israelense afirmou que o Exército do país entrará em Gaza "com toda a força" nos próximos dias mesmo que o grupo terrorista Hamas liberte novos reféns.
"Nos próximos dias, entraremos com todas as nossas forças para completar a ofensiva e subjugar o Hamas. O Hamas pode dizer: 'Chega! Queremos libertar mais dez'. Ok, tragam-nos. Nós os capturaremos e então entraremos. Mas não haverá como impedir a guerra. Podemos fazer um cessar-fogo por um tempo determinado, mas iremos até o fim", disse.
Nesta segunda-feira (12), ao libertar Edan Alexander, refém israelense-americano, o Hamas afirmou estar pronto para chegar a um "acordo de cessar-fogo abrangente".
Netanyahu não autorizou nenhum cessar-fogo ou troca de prisioneiros em troca da libertação do jovem. No entanto, o grupo terrorista disse que concedeu seu retorno como um gesto de "boa vontade" em relação ao presidente dos EUA, Donald Trump, e pediu que o governo americano prosseguisse com seus esforços para acabar com a guerra.
A declaração desta terça do primeiro-ministro de Israel frustra as tentativas de negociação por paz que vem sendo feitas por autoridades de todo o mundo.
Pouco antes do comunicado, Netanyahu postou um vídeo na rede social X para mostrar que conversou com Edan Alexander por telefone.
"Eu disse a ele o que todos nós sentimos: todo o povo israelense está feliz por ele ter voltado para casa", afirmou na legenda de seu post.
Na conversa, que durou pouco mais de um minuto, Netanyahu questiona Edan sobre como está se sentindo e o jovem afirma:
"Bem, mas fraco. Devagar. Vou lentamente voltar a ser como era antes. É uma questão de tempo".
Sequestrado enquanto servia em uma unidade de elite perto de Gaza durante a invasão do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, Alexander ficou em cativeiro por 1 ano e sete meses.
Quem mediou a conversa entre ele e Netanyahu foi o enviado especial do governo dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, que fala durante o telefonema que conversou com a família de Edan sobre o papel do primeiro-ministro nas negociações:
"Contei a Edan e à sua família tudo o que o senhor fez para tornar isso possível nos últimos dias. Foi uma negociação tensa e foi crucial como o senhor se comportou, como permitiu que as negociações ocorressem, e essa é, em grande parte, a razão pela qual Edan está em casa com a família hoje".